Como falar de um livro que é só “bom”?

Doze de janeiro e eu já quebrando uma das promessas de 2014: escrever a resenha assim que terminar o livro. Então estou aqui com 3 livros na fila (mas um deles MUITO bom, não vejo a hora de surtar escrevendo sobre). Um dos motivos é que algumas vezes eu prefiro esperar um pouco para digerir o que eu li e assim poder falar melhor do livro, mas outras vezes eu não tenho o que falar porque ele foi “só bom”. Como falar de livros assim?

Eles não tiveram personagens fracos nem mau escrita. Não me surpreenderam com quotes e observações, nem me fizeram rir, só me deixaram mentalmente ocupada pelo tempo que foi levado para ler.

Eu, como alguém que fala e escreve sobre os livros que lê, sinto a necessidade de falar também desse tipo de livros. Mas dizer o quê?

Na internet vemos que não há espaço para o básico “foi tudo bem”, nós vivemos em meio a exclamações e caixas altas para demonstrações de ódio ou amor. Ou se ama ou se odeia. Nunca falamos do que foi “só bom”.

Então, o que você diz quando te perguntam sobre um livro que foi simplesmente okay? Afasta o questionador ou fala do livro com poucos elogios?

“Foi legal. Não odiei e não amei. Foi o mesmo estímulo intelectual e emocional que assistir uma comédia romântica da Sessão da tarde, mas me senti melhor por estar lendo e não assistindo TV, principalmente a novela das 9. Você pode pegar emprestado, se quiser, logo vou trocar no Skoob.”

Uma das minhas dificuldades também é usar a classificação de míseras cinco estrelinhas para classificar um livro. Quantas estrelas se dá a um livro assim? Como se traça a linha do gostar?

É uma pergunta sincera: como você, leitor, fala de um livro assim, que é melhor que assistir TV, mas nem tanto?

Um Comentário

  1. Ai, eu te entendo. Te entendo tanto que nem sei como expressar isso. É aquele tipo de livro que você passa horas lendo e se pergunta “e aí? acabou? é isso?”. Foi legal estar com ele, não foi horrível, mas também não foi maravilhoso. Acho que já fiz uma resenha dessa, fiz uma sinopse, falei fos personagens e falei que achei o livro legal, mas não colocaria no must read, nem mesmo releria.
    Acho triste isso. 😥 kkkk
    Beijos.

  2. Ah, eu não consigo usar essa denominação de “só bom”. Pra mim, pra ser bom, tem que vir com personagens bem construídos, trama bem construída e bem trabalhada e boa narrativa. Se faltar qualquer um deles, já não acho o livro bom. Então, pra mim não existe um livro “só bom”, porque pra eu falar que ele é bom, alguma coisa me chamou atenção. Mas é assim que eu vejo :/

  3. Pingback: Melhores da Semana #3 | Meu Meio Devaneio - Vida Inteligente

  4. Conheço o incômodo deste sentimento. Ao mesmo tempo sempre consigo ver quais são os aspectos positivos do livro que não me emocionaram, mas que certamente emocionariam outros. Isso porque há elementos que podem não me deixar boquiaberta ou surpreender, porque como uma leitora assídua considero-os clichês, mas que um leitor que está à procura de um entretenimento e não tem o hábito da leitura poderia curtir. Pensar assim me ajuda a escrever uma resenha e elaborar minha opinião sobre o livro.
    Descobri recentemente que há somente uma coisa que me incomoda num livro. Não são erros de português, nem a falta de novidades ou monotonia na narrativa. São as incoerências. Elas me irritam e me fazem desvalorizar todo o resto. Que coisa, não? Descobri isso quando vários blogueiros leram o mesmo livro e fui a única com uma opinião negativa. :/ (rs) Acho que saber como somos enquanto leitores também ajuda.
    Gostei do seu texto provocativo, flor.

    http://www.myqueenside.blogspot.com

  5. Depois de ler o texto eu fiquei pensando em todos os livros “apenas bons” que eu já li e como eu falaria dele pras pessoas. Ainda não sei direto, rs.

  6. Hey!
    Às vezes é complicado mesmo descrever pra alguém o porquê do livro ser mediano pra você. Mas até que eu já me acostumei, porque já li um monte assim, como, por exemplo, Lugar Nenhum (minha resenha dele ficou enooorme – talvez justamente pelo fato de ter os pontos positivos E os negativos).
    Tem tag pra ti lá no blog 😉
    Bjss
    sete-viidas.blogspot.com

  7. Eu não sei como falar de livros assim, na questão de estrelas, acabando dando quatro, porque três parece muito pouco e cinco parece demais. Odeio classificar com estrelas por causa disso. Eu acaba falando que o livro foi bom, mas não grande coisa. É complicado.

  8. Bruh Fernandes

    Ótima observação!
    Já aconteceu várias vezes comigo. Ainda mais quando o livro é bem famoso, todo mundo AMA e quando eu leio fico tipo: ‘Ok, é bom, mas não é tão bom assim’
    Acho que vale ressaltar os pontos bons do livro e os ruins. Eu ficaria entre duas ou três estrelas.
    Adorei o post!
    Beijos.

  9. Uau! Pelo visto não é só eu que passa por esse problema. É muito chato quando isso acontece, tanto para fazer a resenha depois quanto para a nossa bagagem literária, que terá um título que não acrescentou praticamente nada ao nosso intelecto. Eu sempre avalio, se ele foi simplesmente “ok”, dou entre duas e três estrelas e digo o porquê de ter sido apenas isso. O que faltou, como poderia ter sido, o que quase me fez mudar de ideia e etc.

    Beijos.
    Juan Silva – http://asasliterarias.com/

  10. Oi, Bia!
    Acho que você externou o que todos nós sentimos. Quando amamos ou odiamos algum livro acabamos nos levando pelas emoções e a resenha sai de forma apaixonada.
    Mas assim, morno… é complicado hahaha
    Beijos

    Meu Meio Devaneio

  11. thamiirawr

    Você me traduziu com esse texto, é horrível ter esse sentimento sobre algum livro, prinipalmente quando você cria expetativa com ele!
    Beijoos

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